Tenho tantas saudades daqueles dias em que ficava à espera que o meu pai chegasse da caça para espreitar o conteúdo do bornal! Não era dos dos coelhitos bravos e da passarada que eu ficava à espera, mas das romãs, das castanhas, dos malápios e dos míscaros que ele apanhava nas suas digressões pelas serranias...
Dos coelhos e das perdizes tratava a minha mãe como ninguém e, desculpem lá os vegetarianos, mas regalava-me com os petiscos!
Os míscaros, sobretudo os amarelinhos, dão uma entrada fantástica, que também pode ser feita com os pleurotos que há agora à venda nos supermercados. Não é a mesma coisa que feita com os cogumelos selvagens, mas dá para matar saudades de vez em quando. Por curiosidade, aos pleurotos selvagens chama-se por lá tartulhos.
Não estamos na época deles, mas como temos os de cultura, cá vai a receita:
Descascam-se os míscaros (tarefa ingrata... desnecessária com os pleurotos), lavam-se muito bem e cortam-se aos pedaços.
Num tacho, faz-se um refogado com azeite e cebola picada, mistura-se chouriço de carne beirão cortado às rodelas, e os míscaros.
Tapa-se e deixa-se cozer; os cogumelos largam a água necessária a esta operação.
Quando tudo estiver tenro, misturam-se os ovos batidos com sal e pimenta.
Mistura-se tudo muito bem e deixam-se cozer os ovos suavemente, sem os deixar secar.
Não é linda, a minha Serra?
3 comentários:
Quando o João, antes de casarmos, me apresentou aos tios e primos da Beira Baixa, foi precisamente o que comemos durante o jantar. Nunca me vou esquecer!
eu costumo fazer ovos mexidos , com pleurotos e farinheira(o)
Da próxima vez experimento com a farinheira... também deve ficar muito bom.
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