setembro 26, 2007

Caril de Gambas



Um dia destes apeteceu-me caril... Tenho cá em casa uma mistura que comprei numa mercearia indiana em Lisboa que cheira divinamente! E o melhor é aproveitar enquanto não perde a graça.

Por sorte encontrei umas belas gambas, a preço convidativo. Pensavam logo o mesmo que eu, não era?...

Chegada a casa dediquei-me à tarefa de lhes retirar a casca, o que se revelou tarefa fácil. Deixei-lhes a cabeça e a cauda, como se vê na imagem acima. Podia ter retirado também as cabeças, porque com as cascas fiz um caldinho que reservei. Com as cabeças, bem esmagadas, teria ficado ainda mais apaladado, mas apetecia-me encontrar os bichinhos assim inteirinhos... Enfim.

Salpiquei-os com um nadinha de sal e assim ficaram, enquanto preparei um refogado com uma cebola, um dente de alho e uma mão-cheia de coentros picados. Quando a cebola ficou murchita e transparente juntei o caril e duas colheres de chá de farinha de trigo.
Envolvi bem, juntei o lindo tomate da imagem desfeito, sem peles nem sementes, um pouco de gengibre fresco raspado, mais umas sementes de coentros esmagadas e uma pitada de sal. Dissolvi tudo com o caldo feito com as cascas dos bichinhos e ficou a apurar em lume brando.



Quando me pareceu no ponto, juntei as gambas e deixei ao lume durante mais uns 3 minutos para cozerem. No fim polvilhei com mais coentros picados.

Servi com arroz branco solto. Bem sei que não será uma grande versão, mas regalei-me!




O próximo será de legumes...

setembro 22, 2007

Cabeça Negra

Cabeça Negra é o nome de um delicioso bolo de chocolate, cuja receita figura no livro "Doçaria Tradicional Portuguesa", do Chefe Silva:



Fi-lo para o aniversário do meu irmão. É uma guloseima irresístivel! Os amantes do chocolate não o podem perder!
Só há um senão: modifiquei o processo de preparação... Como o resultado foi excelente, vou dar a receita tal como a executei.

Para a massa precisam de :

100g de farinha
25 g de bom chocolate em pó
5 ovos
200g de açucar
1 colherinha de café de fermento em pó (a receita não o indica, mas eu pûs)
1 pitada de sal (a receita também não o indica)

E para o recheio e cobertura:

2,5 dl de natas frescas
50g de açucar
100g de chocolate de cobertura, negro
50g de chocolate de cobertura, doce
um pouco de óleo

Peneirei a farinha com o chocolate, o fermento e o sal.
bati as cinco claras em castelo bem firme e juntei o açucar. Bati de novo e juntei as gemas. Em seguida juntei delicadamente a mistura de farinha, já sem bater, envolvendo apenas.

Foi a cozer numa forma bem untada e polvilhada de farinha, em forno a 160ºC, previamente aquecido.leva cerca de uma hora a cozer.
Convém deixá-lo arrefecer na forma. Eu deixei-o arrefecer no forno, com a porta aberta, para evitar que descesse muito, porque é muito fofo.

Para o recheio basta bater as natas em chantilly e juntar-lhes as 50g de açucar.

Depois de frio e desenformado corta-se o bolo em três partes e recheia-se com o chantilly. Reconstitui-se e barra-se também por fora.

feito isto convém pôr o bolo no congelador por algum tempo, para o chantilly prender.
Entretanto derretem-se o chocolate negro e de cobertura, misturam-se e junta-se um nadinha de óleo, para que a mistura fique mais fluida e fácil de aplicar. Quando frio verte-se sobre o bolo, de forma a cobri-lo completamente.

A sugestão de apresentação mostra-o decorado na base com rosetas de chantilly, e foi isso mesmo que eu fiz.

Servir bem frio!

setembro 19, 2007

Bifes com pimenta e natas

Um dia destes passei pelo Lidl e vi por lá uns bifes de novilho com muito bom aspecto. Devo dizer que desconfio muito dos bifes: têm sempre bom aspecto mas depois de passarem pela frigideira e em contacto com os dentes lembram muitas vezes sola de sapato...

Nunca tinha comprado bifes lá, e arrisquei; não me arrependi. Antes de os cozinhar, pelo sim pelo não bati-os com o maço de madeira, não fosse o diabo tecê-las, mas nem precisavam, eram muito tenros.

Chegada a casa, com pressa para fazer o jantar (como de costume!) pequei num livrito velho de fichas de cozinha do "Correio da Manhã" que anda a cair aos bocados, li a receita com o título acima e fiz isto:



(desculpem a falta de apresentação, mas no dia-a-dia estamos mais interessados em comer do que em tirar grandes fotografias... )

Os cogumelos juntei por minha iniciativa, pensando na minha filha Joana, que os adora.

A receita é rápida de preparar e saborosa.

Pûs a frigideira ao lume e salteei primeiro os cogumelos, que reservei. Depois aqueci mais manteiga na frigideira e dourei os bifes em lume forte dos dois lados, durante escassos minutos, porque gosto deles meio termo. Retirei-os e temperei-os nessa altura com sal e pimenta preta. Pûs a travessa sobre um tacho com água a ferver, para os manter quentes.

Depois juntei um pouco dedo de conhaque à frigideira, para descolar os resíduos dos bifes (não tinha vinho da Madeira...). Isto feito, juntei umas boas colheradas de natas e uma colher de chá de mostarda. Misturei bem, deixei ferver e reduzir um pouco o molho, introduzi os cogumelos que tinha salteado antes, rectifiquei o sal e verti por cima dos bifes.

Dispensei a fécula que vem indicada na receita para engrossar o molho (1 colher de café), porque achei a consistência óptima sem ela; as natas eram espessas.

Servi os bifitos com puré de batata.

setembro 18, 2007

Este blog nasceu motivado pelas possibilidades de intercâmbio e convívio, e pela vontade de aprender, mais do que para mostrar grandes realizações ou criações.
Tem-me dado prazer actualizá-lo (nos últimos tempos com maior dificuldade, dada a escassez de tempo) e, apesar de não ser recordista em número de comentários recebidos, tem sido gratificante interagir com os meus leitores e com alguns autores, cujas receitas experimento com verdadeiro agrado. Quantas vezes o almoço ou o jantar não foram inspirados nessas leituras!
Sempre que postei receitas vistas noutros blogs procurei indicar a respectiva origem, pois no fundo é a esta troca que acho graça, para além de me parecer uma atitude de elementar honestidade.
Ora encontrei recentemente algumas receitas já publicadas por mim num blog relativamente recente, cuja "técnica" consiste em copiá-las trocando um dos ingredientes, e publicá-las como se da primeira vez se tratasse, sem qualquer referência à fonte. Esta consta sempre nos meus posts e consiste numa hiperligação ao blog de origem da receita.
Não sabia que os brandos costumes portugueses tinham chegado à esfera culinária, mas devia ter desconfiado...
Resta-me um consolo: a fazer fé na frase de Beethoven que publiquei anteriormente, a autora do dito blog por certo não faz uma boa sopa!...

setembro 16, 2007

Frases célebres

"Só quem tem um coração puro
pode fazer uma boa sopa"


Ludwig van Beethoven

setembro 10, 2007

Bolachinhas coloridas

Esta é a reportagem de uma tarde bem passada, em que as minhas filhas e a minha sobrinha muito se divertiram, e todos nos regalámos com as bolachas, que são mesmo muito boas.

Miúdos gostam de amassar, cortar e decorar, não é?

Foram as mais velhas que prepararam a massa:


Os ingredientes:
300g de farinha
5 colheres de açucar
2 gemas
200g de manteiga fria
2 a 3 colheres de sopa de água
1 pitada de sal

Colocam-se os elementos secos em monte, abre-se uma covinha e deitam-se aí as gemas e a manteiga, cortada em pedacinhos. Amassa-se tudo à mão e vai-se juntando a água, aos poucos, até se obter massa lisa. Forma-se uma bola, cobre-se com película aderente e leva-se ao frio durante pelo menos 1/2 hora.

Depois começa a parte divertida:
Estende-se a massa com o rolo sobre uma superfície enfarinhada até ficar com uma espessura de 1,5 cm.


Isto feito, convidam-se as mãozinhas sapudas para cortar as bolachinhas:















Ficam bonitas, não ficam?




Em seguida colocam-se num tabuleiro untado e enfarinhado e levam-se ao forno (previamente aquecido) por 10 a 15 minutos.


Saem de lá assim (entretanto já estão todas cheias de fome, porque cheira muito bem na cozinha):
















Depois fornecemos açucar em pó, corantes, gomas, chocolate granulado e drageias. E a miudagem decora as bolachinhas a seu gosto:



Dignas de uma festa, não ficaram? Têm talento, as miúdas... E sempre fizeram a festa, enquanto as comiam!