maio 25, 2006

A história da chanfana


Pasmem, pois parece que a chanfana, como grande parte da doçaria tradicional portuguesa nasceu num convento... mais precisamente no Mosteiro de Santa Maria de Semide, em Miranda do Corvo, e que o seu consumo só se generalizou após a 3ª invasão francesa.

Como tinham que pagar foros, os agricultores e rendeiros dos coutos do Mosteiro, que também eram pastores, pagavam com cabras e ovelhas, e aproveitavam para se desfazer dos animais velhos, que já não davam leite nem se reproduziam (espertos...). As freiras, como não podiam sustentar tamanho rebanho, inventaram uma forma de conservar a carne já cozinhada, nas caves do mosteiro, durante todo o ano (tão engenhosas como os pastores...).

Vinho não lhes faltava nos coutos, e a indústria do barro vermelho era florescente na região. A carne assada no vinho mantinha-se no molho solidificado durante meses.
Só durante a 3ª invasão francesa, para evitar que os invasores roubassem o gado, as freiras terão divulgado a receita.

De Miranda do Corvo se terá expandido a toda a região centro, e é também conhecida por “Carne de Casamento”, por ser servida durante festas e ocasiões especiais como essa.
Comida a chanfana, como tinha que se aproveitar tudo, surgiu a “Sopa de Casamento”, feita com as sobras e o molho da carne, que se servia aos convidados no dia seguinte.

O que eu gosto destas histórias...

4 comentários:

Anónimo disse...

O Português é que sabe!... E as freirinhas sabem-na toda! Beijinhos (",)

kuka disse...

Desconhecia esta história.Faz sentido.

Unknown disse...

Ainda sai mais da chanfana: a chanfana é só servida da carne batatas e couves,ou grelos. Os miúdos são servidos em outro prato,chamado negalhos, que são trouxinhas feitas com as tripas que também são cozidas junto da chanfana,mas bem lavadas.

Anónimo disse...

Esqueces-te da parte em que a populaçao envenenou as fontes de agua, para os franceses morrem envenenados, assim a agua nao era boa para consumo nem para cozinhar e começaram a cozinhar com vinho.