Fiz finalmente o meu bolo de azeite. Foi um sucesso! Muito graças à colaboração que aqui obtive. Agrada-me saber que os bons garfos continuam a perservar a memória das coisas boas da nossa gastronomia, e espero que esta pequena discussão faça com que, assim como nós temos ainda a memória das receitas das nossas avós, também os nossos netos se venham a lembrar das nossas...
A história do bolito já foi toda contada pelo Avental, que para além de nos preparar deliciosas iguarias, tem esse dom de saber contar, como outros bloggers cujos links se encontram aí ao lado ou nos meus favoritos, e que tanto gosto de ler.
Todas as receitas que me deram foram ciosamente guardadas e vão ser postas em prática, ainda que leve algum tempo!
Aí o têm:
Ficou grande e fofinho. O processo de preparação foi semelhante ao usado pelo Avental.
Na ausência de quantidades exactas, servi-me da minha experiência com outros bolos lêvedos e procedi assim:
Primeiro diluí o fermento de padeiro (umas 30 g) numa chávena almoçadeira de água morna. Juntei à mistura umas 3 colheres de sopa de farinha e deixei levedar a mistura.
Numa tigela funda coloquei 4 ovos inteiros e 1 gema, ligeiramente batidos. Os ovos eram caseiros, e estavam à temperatura ambiente. Juntei 1 dl de azeite virgem e a mistura de fermento, em plena actividade. Fui juntando farinha e amassando; juntei 1 colher de sobremesa de sal fino, e quando a massa atingiu a consistência de massa de pão sovei-a até sentir que tinha adquirido corpo e se descolava das mãos. Ao todo terei usado á volta de 600g de farinha.
Nessa altura formei com ela uma bola, cobri-a com um pano e deixei levedar para o dobro.
Depois, dei-lhe uma amassadela ligeira, só para tirar o ar, estendi-a em círculo e dobrei-a ao meio, para dar ao bolo o formato típico. Ao sair do forno estava assim:
Tal como aconteceu com o Avental, o bolo saiu muito mais encorpado do que aqueles que compramos na padaria, já que juntam melhorantes à farinha que fazem com que o miolo dos pães se assemelhe às vezes a algodão doce...
Estava excelente, só têm que fazer um para o comprovar!
Tirei esta foto para terem uma ideia da consistência do miolo:
7 comentários:
:) Deixou-me contente com o seu sucesso. Está bem lindo, ou estava se já tiver acabado. Ao contrário do industrial, este dura bastante tempo. O meu durou 5 dias, restando nos últimos 3 apenas um cantinho que ninguém se atrevia a comer. Acabei por comê-lo eu.
Vejo que o seu bolo abriu no forno como o meu. Só que eu tive medo daquelas fitas de massa e cortei-as. Para a próxima, faço-o com o formato que é o genuino, pelo menos na Beira Alta: como um pão redondo, grande.
O seu modo de fazer as massas lêvedas deve dar menos trabalho que o meu, que julgo ser o mais vulgar. Parece dar menos trabalho e permite chegar ao ponto exacto em que queremos a massa. Ficou-me gravada, claro.
Obrigado pelas suas palavras.
Avental, nada tem que "obrigadar"...
Pois por cá o bolo não durou tanto, partilhei-o com os "vizinhos", o mesmo é dizer pais, irmão e cunhada, mais a criançada. Soube a pouco!
Quanto ao modo de preparar, fico sempre com a ideia de que, do lado masculino, se trabalha às vezes com mais esmero e grande método!
Eu procuro fazer bem, sem perder de vista o lado prático das coisas; está-me na natureza, e não me queixo.
Quanto ao formato concordo consigo: da próxima vez será redondo e ponto final. Para quê complicar?
Parece que os passantes, aqui e no meu blogue, não gostaram da ideia deste bolo. Não sabem o que perdem nem lhes ocorrerá que, se o amassassem à mão, as calorias que gastavam não haviam de chegar para as que ingeririam com um bolo inteiro :)
É verdade! :)
O bolo, à saída do forno parecia uma sapateira! Mas não disse a quantidade de açucar que leva.
Rui Pedro, lamento que o bolo lhe tenha saído mal... As massas lêvedas requerem um pouco de prática, que se adquire insistindo.
Quanto ao açucar, foi por aqui dito várias vezes que não entra nesta receita; este bolo de azeite não é doce.
Não consegui passar aqui sem comentar. Realmente parece que ninguém está a dar atenção a esta pequena maravilha. Mas é uma pena porque este bolo é uma iguaria. Nunca encontro à venda a não ser na beira interior, zona dos meus avós. Já tinha procurado a receita por todo o lado mas nunca encontrei. Finalmente vou poder fazer este Natal. Parece que ninguém conhece o bolo de azeite a nao ser o doce. Obrigada por terem partilhado a receita e muitos parabéns porque o bolo está lindo!
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