Deixei de lamentar a expulsão de Adão e Eva do Paraíso quando descobri que eles não tinham presunto nem ovos mexidos! (Dorothy Sayers)
outubro 09, 2009
Migas de couve com bacalhau e borrego grelhado nas brasas
Folgosinho, vista do castelo
No dia em que almoçámos em Linhares da Beira na verdade tínhamos saído de casa para almoçar em Folgosinho, n' "O Albertino"...
Estávamos preparados para aquele rodízio de pratos deliciosos: o queijo da serra e o chouriço no couvert, a cabidela, o arroz de coelho, o cabrito e o leitão assados, enfim... Devo ter esquecido qualquer coisa...
Uma das atracções de Folgosinho são as inúmeras e bonitas fontes, decoradas com azulejos onde se podem ler alguns versos, às vezes profundos, às vezes brejeiros...
Pormenor do castelo de Folgosinho
Chegados lá, descobrimos que o Albertino estava de férias e abria no dia seguinte! Com a barriga a dar horas, já preparada para tão saborosas iguarias, rumámos a Linhares da Beira, onde chegámos a desoras e sem saber onde podíamos almoçar.
Linhares da Beira, janela manuelina
Um simpático casal de velhinhos informou-nos que podíamos almoçar na "Taberna do Alcaide", para onde nos dirigimos, segundo as indicações recebidas.
Dado o adiantado da hora, e sendo a Taberna pequenina, não tivemos outro remédio senão esperar que vagasse uma mesa.
Uma porta do castelo de Linhares e vista geral sobre a vila
Quando finalmente nos acomodámos, pudemos apreciar o sítio com vagar: a Taberna é pequena, tem um número de mesas reduzido, uma grande lareira antiga onde não falta a panela de ferro e a vara para secar o enchido ao fumeiro. Em vez de cadeiras sentámo--nos em banquinhos de madeira; na mesa, os pratos, enormes, têm o logotipo da Taberna gravado.
O serviço é agradável e despretensioso.
Há na lista pratos que têm que ser encomendados com antecedência, como a chanfana e outros; nós tínhamos à nossa disposição: migas de couve com bacalhau, borrego grelhado na brasa com batatinhas salteadas, aba e naco de vitela igualmente grelhados e acompanhados com as famosas migas de couve, que são o objecto deste post.
Para sobremesa há simplesmente leite creme, arroz doce, e o inevitável e delicioso doce de abóbora com requeijão. Ou melhor havia, porque à hora a que chegámos só restava o doce com requeijão, e nós não tivemos pena nenhuma que não houvesse mais nada...
Toda a comida é saborosíssima, de uma grande simplicidade, e foi isso que mais me agradou.
No "couvert" foram-nos servidas salada de feijão frade e grão de bico, e azeitonas.
Seguiram-se as migas de couve com bacalhau, onde sobressaía o sabor do bom azeite e a couve, cozida no ponto, ainda estaladiça... Consistência perfeita.
O borrego era tenro e suculento, e não lhe achei outro tempero que não fosse sal, e umas pinceladas de azeite... estava dourado e apetitoso.
Nota 10 para o maravilhoso requeijão de ovelha que nos foi servido com o doce de abóbora, à sobremesa!
Regressada a casa, resolvi que aquelas migas de couve com bacalhau passariam a fazer parte das ementas cá de casa. O pior é que não tinha outra receita delas que não fosse a memória dos sabores...
Mas fi-las, e ficaram deliciosas. Receita já a seguir, para quem quiser experimentar...
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3 comentários:
fiquei com água na boca!!
isso não vale...
e essa vista?... que lindo!!!
abraços de Lisboa!
Olá
Ainda bem que gostaram, eu tb gosto , pois os Albertino é considerado o melhor mas eu não acho é "enfarda burros" e a qualidade às vezes não é a melhor tem fama.Mas penso que a tua opção foi melhor, mas um dia podes comprovar.
Boa semana
MJoão
Eu já almocei no Albertino e gostei bastante.
Sem falar das paisagens que são lindas por essas bandas!
bjs
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