Eu já por cá falei diversas vezes da tia Irene... claro que o motivo são os bolos e pastéis deliciosos que ela faz.
Ora a minha tia Irene nunca faz uma visita sem que traga consigo um miminho, doce ou salgado.
Quase sempre lhe peço a receita, que ela dá assim "de cabeça" e que eu anoto o mais sucintamente possível.Sábado passado lembrei-me de uma tarte de maçã muito simple e saborosa que ela costuma fazer e fui à procura da receita... Rezava assim:
3 ovos
125g de manteiga
100g de açucar (desconfio que a tia cortou na quantidade... mas para o meu gosto fica muito bem assim; os mais gulosos podem acrescentar um pouco)
150g de farinha com fermento
Maçãs em fatias (duas pelo menos, de qualquer qualidade)
Geleia de marmelo ou maçã para pincelar
Mais nada... ou seja, nada de nada, nada de "modo de preparação"...
Porquê? porque quando peço assim receitas à pressa tenho sempre intenção de passar a limpo logo de seguida, com todas as indicações que me são dadas na altura. Claro que isso nunca acontece, e depois não me resta senão inventar o que falta.
Fiz assim:
Bati a manteiga amolecida à temperatura ambiente com o açucar. Fui acrescentando ovo a ovo, alternando com a farinha. Juntei por minha inicitaiva meio pacotinho de açucar baunilhado e uma pitada de sal.
Tudo isto foi mesmo muito rápido!
Verti a massa numa tarteira untada com manteiga e polvilhada de farinha, cobri com rodelas de maçã a que tirei previamente o caroço e polvilhei com um pouco de canela e açucar mascavado que por ali tinha.
Na verdade a tia sempre corta as maçãs em quartos, e depois em fatias que sobrepõe artisticamente sobre a massa, mas eu, preguiçosa, limitei-me a cobri-la com as rodelas e pronto.
O que no fim provocou um efeito engraçado: a massa subiu no sítio das rodelas de maçã onde foi retirado o caroço e formou uns relevos curiosos.
À saída do forno pincelei-a com a geleia de marmelo, que lhe deu brilho e sabor.
Deliciosa ainda morna, com uma chávena de chá.